Giselle Dupin trabalha Convenção da Unesco em minicurso
Na manhã desta terça-feira, 27, a representante do Ministério da Cultura, Giselle Dupin, ministrou a última parte do minicurso A Convenção da Unesco na Atualidade, cujo conteúdo programático abordava o histórico, a definição, os objetivos e os desafios da Convenção de 2005 para políticas culturais, dimensões econômicas e simbólicas de bens e serviços e atividades culturais.
De acordo com Giselle, a Convenção de 2005 nasceu a partir de um contexto de desequilíbrio do comércio internacional de bens culturais, da defasagem tecnológica cada vez maior entre países ricos e pobres em relação à expressão e o risco de dominação cultural. “É considerar as expressões em sua natureza econômica e cultural, porque são portadores de identidades, valores e significados, e não devem ser tratados como se tivessem valor meramente comercial”, enfatiza.
Giselle explica que há uma campanha para que a cultura seja a quarta dimensão do desenvolvimento sustentável, pois a partir dela é possível fomentar o desenvolvimento humano, social e econômico. “Diversidade Cultural é patrimônio da humanidade, o seu entendimento é indispensável para a paz e a segurança no plano local, nacional e internacional”, frisa. Atualmente, segunda ela, há uma frustração, porque apesar de 133 países serem signatários da Convenção, ela ainda não serviu para aquilo que veio fazer. “Quando todo mundo pensa em diversidade, pensa em patrimônio imaterial. Na Unesco se pensa em indústria cultural”, prossegue.
A Convenção visa promover o conhecimento e a inspiração para o setor criativo e, por conta disso, é preciso encontrar o equilíbrio do patrimônio imaterial com a indústria cultural. “O patrimônio imaterial seria o diferencial de nossa indústria cultural”, afirma. Mas, para Giselle, o que se observa é a espetacularização das culturas populares, por exemplo, manifestações que eram feitas em rodas, agora estão no palco. Assim, a política deve trabalhar a sua terceira dimensão, a cidadã, para que possa se encontrar um equilíbrio, que, de acordo com ela, nada mais é do que a participação da sociedade civil.
Texto: Ítalo Cerqueira